A Terra é um planeta dinâmico. Se fosse fotografada do espaço a cada século, desde a sua formação até hoje, e essas fotos compusessem um filme, o que veríamos seria um planeta azul se contorcendo com os continentes ora colidindo, ora se afastando entre si. Atualmente acreditamos que a crosta terrestre esteja fragmentada em mais de uma dúzia de placas, que se movem por razões não muito bem compreendidas, mas cujo motor situa-se no manto.
Essas placas são originadas nas dorsais meso-oceanicas e ao se chocarem provocam o mergulho da placa mais densa sob a outra e seu conseqüente retorno ao manto. A constatação da existência das placas tectônicas deu uma nova roupagem às antigas idéias de Deriva Continental, explicando satisfatoriamente muitas das grandes feições geológicas da Terra, como as grandes cordilheiras de montanhas, como os Andes, respondendo as questões, como por exemplo, sobre as concentrações de sismos e vulcões atuais, ou sobre as rochas que já estiveram no fundo dos oceanos e estão hoje no topo de grandes cadeias de montanhosas, como nos Himalaias. A Tectônica Global ou a Tectônica de Placas é a chave para a compreensão da história geológica da Terra e de como será o futuro do planeta em que vivemos.
Tectonismo ou diastrofismo é um termo geral relativo a todos os movimentos da crosta terrestre com origem em processos tectônicos. Incluem-se a formação de bacias oceânicas, continentes, planaltos e cordilheiras. As subdivisões principais são duas:
Orogênese que pode ser entendida como o conjunto de processos que levam à formação ou rejuvenescimento de montanhas ou cadeias de montanhas produzido principalmente pelo diastrofismo (dobramentos, falhas ou a combinação dos dois), ou seja, pela deformação compressiva da litosfera continental;
Epirogênese os movimentos da crosta terrestre cujo sentido é ascendente ou descendente, atingindo vastas áreas continentais, porém de forma lenta, inclusive ocasionando regressões e transgressões marinhas.
Quando as pressões são verticais, os blocos continentais sofrem levantamentos, abaixamentos ou sofrem fraturas ou falhas. Quando as pressões são horizontais, são formados dobramentos ou enrugamentos que dão origem às montanhas.
Essas pressões (verticais ou horizontais) produzem os chamados "terremotos". Terremoto ou sismo é um movimento súbito ou tremor na Terra causado pela liberação abrupta de esforços acumulados gradativamente. Esse movimento propaga-se pelas rochas através de ondas sísmicas (que podem ser detectadas e medidas pelos sismógrafos). O ponto do interior da Terra onde se inicia o terremoto é o hipocentro ou foco. O epicentro é o ponto da superfície terrestre onde ele se manifesta. A intensidade dos terremotos é dada pela Escala Richter, que mede a quantidade de energia liberada em cada terremoto.
Outra conseqüência dos movimentos das placas continentais é o surgimento de fissuras (ou rachaduras) por onde é expelido magma vulcânico, constituindo os vulcões. Chamamos de vulcanismo o conjunto de processos através dos quais o magma e seus gases associados ascendem através da crosta e são lançados na superfície terrestre e na atmosfera. Os materiais expelidos podem ser sólidos, líquidos ou gasosos, e são acumulados em um depósito sob o vulcão, até que a pressão faça com que ocorra a erupção. As lavas escorrem pelo edifício vulcânico, alterando e criando novas formas na paisagem. A maioria dos vulcões da Terra está concentrada no Círculo de Fogo do Pacífico, desde a Cordilheira dos Andes até as Filipinas.
Limites entre as placas tectônicas
Limites Convergentes ou Zonas de Subducção
Zonas de Subducção são aqueles onde as placas tectônicas convergem e colidem. Uma delas sempre mergulha por debaixo da outra e retorna à astenosfera. Limites convergentes, zonas de convergência ou limites destrutivos são áreas de convergência das placas tectónicas que passam a se tangenciar como consequência de movimentos convergentes horizontais que ocorrem entre si denominados de movimentos orogénicos (do grego oros: montanha e gene: criação); tais movimentos ocorrem em virtude da diferença de calor e pressão que ocorre na astenosfera fazendo com que as placas, que sobre ela flutuam, se movam. Como resposta ao atrito em tais áreas, verifica-se não só uma profunda instabilidade sísmica como também, em muitas vezes, a presença de fendas inter-tectónicas que possibilitam o extravazamento de magma (astenosfera) para o meio externo.
Um limite divergente ocorre em encontros de placas tectônicas que se movem em direções e sentidos opostos, sendo assim, há adição de material magmático à crosta terrestre neste ponto.
Um exemplo de limite de placas divergente é o encontro entre a placa Sul-americana e a placa Africana no meio do Oceano Atlântico. O material adicionado pelo vazamento do magma forma o assoalho oceânico e provoca o afastamento das duas placas em questão. Este tipo de limite entre placas está muitas as vezes associado à dorsal meso-oceânica.
Placas Tectônicas
A teoria de Wegener sobre a deriva continental e as descobertas sobre a expansão do fundo dos oceanos permitiram a elaboração da teoria das placas tectônicas.
Segundo essa teoria, a crosta terrestre está dividida em placas de espessura média de 150 km, que flutuam sobre um substrato pastoso – a astenosfera.
As seis maiores placas tectônicas são: Americana, do Pacífico, Antártica, Indo-Australiana, Euro-Asiática e Africana. Existem outras menores, como a de Nazca, do Caribe, a de Cocos entre outras.
Referência: Lucia Marina e Tercio.
Deriva dos continentes
No outono de 1911, em Marburg, Wegener pesquisava na biblioteca da universidade quando se deparou com um artigo científico que registrava fósseis de animais e plantas idênticos encontrados em lados opostos do Atlântico. Intrigado com esse fato, Wegener iniciou uma pesquisa, de outros casos de organismos semelhantes separados por oceanos. A comunidade científica ortodoxa da época tentou explicar esses casos afirmando que pontes terrestres, hoje submersas, em outros tempos ligaram os continentes. Wegener notou também que as costas da África e da América do Sul se encaixavam. Poderiam então as semelhanças entre organismos dever-se não à existência de pontes terrestres, mas ao fato de os continentes em tempos remotos terem estado ligados. Uma teoria dessas, para ser aceita, necessitaria de uma grande quantidade de provas que a suportassem. Wegener descobriu então que grandes estruturas geológicas em diferentes continentes pareciam ter ligação. Por exemplo, os Apalaches na América do Norte ligavam-se às terras altas escocesas e os estratos rochosos existentes na África do Sul eram idênticos àqueles encontrados em Santa Catarina no Brasil (Argumento Morfológico). Ao encontrar vestígios de glaciares em continentes com clima tropical, Wegener admitiu que no passado esses continentes ocupariam outra posição possivelmente mais próxima da Antártida (Argumento Paleoclimático). O meteorologista constatou também que fósseis muitas vezes encontrados em certos locais indicavam um clima muito diferente do clima dos dias de hoje. Por exemplo, fósseis de plantas tropicais encontravam-se na ilha de Spitsbergen no Ártico (Argumento Paleontológico). . Descobriu também que rochas com a mesma idade e do mesmo tipo ter-se-iam formado ao mesmo tempo numa altura em que os continentes tinham estado juntos (Argumento Geológico). Todos essas evidências davam suporte à teoria de Alfred Wegener da deriva continental. Em 1915 a primeira edição de A Origem dos Continentes e Oceanos, na qual Wegener explicava a sua teoria, foi publicada, sendo sucedida por outras edições em 1920, 1922 e 1929. Wegener afirmava que há cerca de 300 milhões de anos os continentes formavam uma única massa, Pangeia (do grego "toda a Terra"). A Pangeia fragmentou-se e os seus fragmentos andaram "à deriva" desde então. Wegener não foi o primeiro a sugerir que os continentes estiveram ligados em outros tempos, mas foi o primeiro a apresentar provas extensas de vários campos de estudo.
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