A população brasileira cresceu bastante e estima-se que até o ano de 2025 o Brasil terá quase 250 milhões de habitantes.
Antes de falarmos sobre o crescimento populacional é preciso saber um conceito: o de crescimento vegetativo.
Crescimento vegetativo
Esse conceito é importante porque é através do cálculo dessa diferença que temos a possibilidade de conhecer o quanto a população cresceu.
Uma visão muito difundida, porém errada, era de que a taxa de migração é que foi a responsável pelo nosso crescimento demográfico. Ela contribuiu, mas não foi o fator principal.
A partir de 1930 iniciou-se no Brasil o processo de industrialização e urbanização que trouxe muitas mudanças que ajudaram a influenciar no nosso crescimento. Até então, o Brasil era um país agrário, com população rural.
Nos anos 50, o lado urbano do Brasil começou a crescer. Muitas pessoas começaram a deixar os campos para trabalhar nas cidades, principalmente nas regiões sudeste (onde a industrialização era muito ativa) e na região centro-oeste (construção de Brasília).
Observação: Ao longo da nossa história, houve muitos movimentos migratórios no país. Alguns foram incentivados pelo governo, porém outros foram espontâneos.
Quando foi anunciado que encontraram ouro em Minas Gerais, muitos seguiram para lá, poucos anos depois, surgiram várias cidades como Ouro Preto e Mariana.
Nas décadas de 40 e 50, o governo incentivou a ocupação da região centro-oeste – era a chamada “Marcha para o Oeste”- prometendo doar terras para quem fosse. O mesmo aconteceu na época da construção de Brasília, que foi inaugurada em 1960.
A urbanização melhorou muito a vida dos brasileiros. Nas cidades havia uma melhor condição de vida (higiene e saúde, água tratada, serviços de vacinação (veja Revolta da Vacina), redes de saneamento básico, etc., como conseqüência a taxa de mortalidade diminuiu bastante.
Nessa época (segundo estatísticas) a população começou a crescer de uma forma acelerada.
As novas condições urbanas e a revolução no campo da medicina provocaram um alto crescimento vegetativo da população.
Os anos 60 foram marcados por uma revolução nos costumes, não só por causa da pílula (que diminuiu muito a taxa de natalidade), mas também outros fatores como a vida na cidade e a entrada da mulher no mercado de trabalho ajudaram muito a reduzir esse índice.
Atualmente, as famílias não são mais tão numerosas, principalmente nas zonas urbanas. O controle da natalidade está se tornando hábito até mesmo nas camadas mais pobres.
Sem sombra de dúvida, as desigualdades econômicas e sociais são um dos maiores problemas que o Brasil enfrenta.
Há muita diferença entre a expectativa de vida dos sulistas e dos nordestinos. Os dados afirmam que no sul, as pessoas vivem mais do que no nordeste.
A mortalidade infantil também é alta no nordeste, justamente por causa da precária assistência médica (principalmente com as mulheres grávidas) e as próprias condições de miséria que vive grande parte do povo nordestino.
A colonização do sul do país e a substituição da mão-de-obra escrava pela a assalariada contribuiu muito para a vinda de milhões de imigrantes para o Brasil.
Com a proibição do tráfico negreiro (1850) começaram a faltar escravos para trabalhar na lavoura, foi a partir daí que a imigração (principalmente européia) começou a crescer.
Vieram para o Brasil os italianos, sírios, alemães, espanhóis, portugueses etc.
Com o passar do tempo, alguns imigrantes conseguiram suas próprias terras, outros foram trabalhar nas fábricas, sem contar com os que fundaram indústrias (alimentícias, e têxtis).
Em 1908, outra leva de imigrantes veio para o país: os japoneses.
Muitos deles foram trabalhar no interior paulista nas diversas lavouras de café e outros se fixaram próximo a capital para trabalhar com a agricultura, que era um dos principais meios de abastecimento da cidade que estava em processo de crescimento.
Porém, de todos os imigrantes que vieram para cá, o grupo que mais se destacou foram os portugueses.
Claro que não podemos esquecer a influência que os negros tiveram na nossa população, principalmente na nossa cultura.
Como já foi dito antes, foi em 1930 que teve início o processo de industrialização (RJ e SP). O surgimento das indústrias ajudou muito no crescimento das cidades, pois buscavam operários para suas fábricas. Assim como as indústrias, a construção civil também precisava de trabalhadores. Todas essas oportunidades levaram a um processo de deslocamento interno, ou seja, muitas pessoas saíram do nordeste rumo ao sudeste, na esperança de conseguir uma vida melhor.
Devido ao excesso de mão-de-obra, em 1934, o governo brasileiro resolveu barrar a imigração na tentativa de não piorar a crise. A Lei de Cota de Imigração foi promulgada e fez com que a imigração reduzisse bastante.
Porém, mesmo assim, um dos grandes problemas gerados, foi a imigração ilegal, principalmente de coreanos e bolivianos.
Nos anos 80, o governo brasileiro concedeu anistia para os imigrantes ilegais e hoje a colônia coreana é muito grande em SP, dominando o setor de confecções, no Rio esta colônia também começa a crescer, e no Saara (no centro do Rio de Janeiro onde os donos do comércio são sírios e libaneses) já tem várias lojas de comerciantes coreanos.
Nos anos 80 e 90 muitos brasileiros pressionados pela crise econômica e o desemprego, tentaram sobreviver em outros países. Os EUA são o endereço número um na lista de lugares para se viver, o Paraguai vem em segundo lugar.
O Japão também está nesta lista, e os brasileiros que trabalham lá são chamados de dekasseguis.
O Brasil já não é mais um país jovem, é importante enfatizarmos que a população de idosos está crescendo cada vez mais e a expectativa de vida também vem aumentando: aproximadamente 64,1 anos para os homens e 70,6 anos para as mulheres.
Como podemos observar, as mulheres vivem mais, logo a maioria da população brasileira da terceira idade é feminina.
Mas, se formos analisar região por região, acontece um fato interessante e curioso, na região centro-oeste e nordeste a população masculina é maior, isso acontece por causa das atividades agrícolas presentes nestas regiões que atraem muitos homens para o trabalho.
Hoje podemos dizer que a maioria da população brasileira vive nas cidades.
As grandes cidades que ao mesmo tempo oferecem uma condição melhor para o povo, também levam medo para as diversas famílias por causa da violência, desemprego e precariedade nos serviços médicos e educacionais além de muitos outros fatores.
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