sábado, 28 de janeiro de 2012

Transposição do Rio São Francisco - Texto Contra


 A quem serve a transposição do São Francisco?

Aziz Ab'Sáber *

É compreensível que em um país de dimensões tão grandiosas, no contexto da tropicalidade, surjam muitas idéias e propostas incompletas para atenuar ou procurar resolver problemas de regiões críticas. Entretanto, é impossível tolerar propostas demagógicas de pseudotécnicos não preparados para prever os múltiplos impactos sociais, econômicos e ecológicos de projetos teimosamente enfatizados.
Tem faltado a eventuais membros do primeiro escalão dos governos qualquer compromisso com planificação metódica e integrativa, baseada em bons conhecimentos sobre o mundo real de uma sociedade prenhe de desigualdades.
Nesse sentido, bons projetos são todos aqueles que possam atender às expectativas de todas as classes sociais regionais, de modo equilibrado e justo, longe de favorecer apenas alguns especuladores contumazes. Pessoalmente, estou cansado de ouvir propostas ocasionais, mal pensadas, dirigidas a altas lideranças governamentais.
Nas discussões que ora se travam sobre a questão da transposição de águas do São Francisco para o setor norte do Nordeste Seco, existem alguns argumentos tão fantasiosos e mentirosos que merecem ser corrigidos em primeiro lugar.
Referimo-nos ao fato de que a transposição das águas resolveria os grandes problemas sociais existentes na região semi-árida do Brasil. Trata-se de um argumento completamente infeliz lançado por alguém que sabe de antemão que os brasileiros extra-nordestinos desconhecem a realidade dos espaços físicos, sociais, ecológicos e políticos do grande Nordeste do país, onde se encontra a região semi-árida mais povoada do mundo.
O Nordeste Seco, delimitado pelo espaço até onde se estendem as caatingas e os rios intermitentes, sazonários e exorréicos (que chegam ao mar), abrange um espaço fisiográfico socioambiental da ordem de 750.000 quilômetros quadrados, enquanto a área que pretensamente receberá grandes benefícios abrange dois projetos lineares que somam apenas alguns milhares de quilômetros nas bacias do rio Jaguaribe (Ceará) e Piranhas/Açu, no Rio Grande do Norte. Portanto, dizer que o projeto de transposição de águas do São Francisco para além Araripe vai resolver problemas do espaço total do semi-árido brasileiro não passa de uma distorção falaciosa.
Um problema essencial na discussão das questões envolvidas no projeto de transposição de águas do São Francisco para os rios do Ceará e Rio Grande do Norte diz respeito ao equilíbrio que deveria ser mantido entre as águas que seriam obrigatórias para as importantíssimas hidrelétricas já implantadas no médio/baixo vale do rio - Paulo Afonso, Itaparica, Xingó. Devendo ser registrado que as barragens ali implantadas são fatos pontuais, mas a energia ali produzida, e transmitida para todo o Nordeste, constitui um tipo de planejamento da mais alta relevância para o espaço total da região.
De forma que o novo projeto não pode, em hipótese alguma, prejudicar o mais antigo, que reconhecidamente é de uma importância areolar. Mas parece que ninguém no Brasil se preocupa em saber nada de planejamentos pontuais, lineares e areolares. Nem tampouco em saber quanto o projeto de interesse macrorregional vai interessar para os projetos lineares em pauta.
Segue-se na ordem dos tratamentos exigidos pela idéia de transpor águas do São Francisco para além Araripe a questão essencial a ser feita para políticos, técnicos acoplados e demagogos: a quem vai servir a transposição das águas? Uma interrogação indispensável em qualquer projeto que envolve grandes recursos, sensibilidade social e honestas aplicações dos métodos disponíveis para previsão de impactos. Os "vazanteiros" que fazem horticultura no leito dos rios que "cortam" -que perdem fluxo durante o ano- serão os primeiros a ser totalmente prejudicados. Mas os técnicos insensíveis dirão com enfado: "A cultura de vazante já era". Sem ao menos dar qualquer prioridade para a realocação dos heróis que abastecem as feiras dos sertões.
A eles se deve conceder a prioridade maior em relação aos espaços irrigáveis que viessem a ser identificados e implantados. De imediato, porém, serão os fazendeiros pecuaristas da beira alta e colinas sertanejas que terão água disponível para o gado, nos cinco ou seis meses que os rios da região não correm.
É possível termos água disponível para o gado e continuarmos com pouca água para o homem habitante do sertão. Nesse sentido, os maiores beneficiários serão os proprietários de terra, residentes
longe, em apartamentos luxuosos em grandes centros urbanos. Sobre a viabilidade ambiental pouca coisa se pode adiantar, a não ser a falta de conhecimentos sobre a dinâmica climática e a periodicidade do rio que vai perder água e dos rios intermitentes-sazonários que vão receber filetes das águas transpostas.
Um projeto inteligente e viável sobre transposição de águas, captação e utilização de águas da estação chuvosa e multiplicação de poços ou cisternas tem que envolver obrigatoriamente conhecimento sobre a dinâmica climática regional do Nordeste. No caso de projetos de transposição de águas, há de ter consciência que o período de maior necessidade será aquele que os rios sertanejos intermitentes perdem correnteza por cinco a sete meses.
Trata-se porém do mesmo período que o rio São Francisco torna-se menos volumoso e mais esquálido. Entretanto, é nesta época do ano que haverá maior necessidade de reservas do mesmo para hidrelétricas regionais. Trata-se de um impasse paradoxal, do qual, até agora, não se falou. Por outro lado, se esta água tiver que ser elevada ao chegar a região final de seu uso, para desde um ponto mais alto descer e promover alguma irrigação por gravidade, o processo todo aumentará ainda mais a demanda regional por energia. E, ainda noutra direção, como se evitará uma grande evaporação desta água que atravessará o domínio da caatinga, onde o índice de evaporação é o maior de todos? Eis outro ponto obscuro, não tratado pelos arautos da transposição. A afoiteza com que se está pressionando o governo para se conceder grandes verbas para início das obras de transposição das águas do São Francisco terá conseqüências imediatas para os especuladores de todos os naipes. Existindo dinheiro - em uma época de escassez generalizada para projetos necessários e de valor certo -, todos julgam que deve ser democrática a oferta de serviços, se possível bem rentosos. Será assim, repetindo fatos do passado, que acontecerá a disputa pelos R$ 2 bilhões pretendidos para o começo das obras.
O risco final é que, atravessando acidentes geográficos consideráveis, como a elevação da escarpa sul da chapada do Araripe -com grande gasto de energia!-, a transposição acabe por significar apenas um canal tímido de água, de duvidosa validade econômica e interesse social, de grande custo, e que acabaria, sobretudo, por movimentar o mercado especulativo, da terra e da política. No fim, tudo apareceria como o movimento geral de transformar todo o espaço em mercadoria.




* Geógrafo, Professor-Emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e Professor Convidado do Instituto de Estudos Avançados da USP.

Massas de Ar

Massas de Ar – O que são? Quais Atuam no Brasil?
As massas de ar são grandes porções da atmosfera que possuem e "carregam" as características do local em que se formam, através dos ventos. Os Ventos sempre saem da região de alta pressão (anticiclone) para uma de baixa (ciclone). As Massas podem ser Quentes ou Frias, Úmidas ou Secas.
O nome das massas obedece a uma regra: a primeira é m (de massa), a segunda é Maiúscula indicando a origem (exemplo Polar) e a terceira letra minúscula indicando se é continental (c) ou de um oceano. No Brasil agem 5 Massas de Ar, veja suas Características:

  • mEa - Equatorial Atlântica – quente e úmida, com atuação no litoral setentrional principalmente no Verão.
  • mEc - Equatorial Continental – quente e úmida, com maior intensidade no verão, provoca  chuvas em grande parte do país (forma-se na região da Amazônia o que explica sua umidade mesmo sendo Continental0
  • mTc - Tropical Continental – quente e seca, forte no Verão e atua mais no Centro do Brasil e Pantanal.
  • mTa - Tropical Atlântica – quente e úmida, mais intensa no inverno (junto com a mPa causa chuvas frontais no Sul e litoral leste e chuvas orográficas nas encostas das serras nos planaltos ao longo do litoral).
  • mPa - Polar Atlântica – fria e úmida, mais atuante no inverno, quando provoca geadas no Sul e Sudeste, chuvas frontais no litoral e Friagem na Amazônia).

Climas do Brasil

Entendendo o clima

O extenso território brasileiro, a diversidade de formas de relevo, a altitude e dinâmica das correntes e massas de ar, possibilitam uma grande diversidade de climas no Brasil. Atravessado na região norte pela Linha do Equador e ao sul pelo Trópico de Capricórnio, o Brasil está situado, na maior parte do território, nas zonas de latitudes baixas - chamadas de zona intertropical-  nas quais prevalecem os climas quentes e úmidos, com temperaturas médias em torno de 20 ºC.
 A amplitude térmica - diferenças entre as temperaturas mínimas e máximas no decorrer do ano - é baixa, em outras palavras: a variação de temperatura no território brasileiro é pequena.
Os tipos de clima do Brasil 

Para classificar um clima, devemos considerar a temperatura, a umidade, as massas de ar, a pressão atmosférica, correntes marítimas e ventos, entre muitas outras características. A classificação mais utilizada para os diferentes tipos de clima do Brasil assemelha-se a criada pelo estudioso Arthur Strahler, que se baseia na origem, natureza e movimentação das correntes e massas de ar. 
 De acordo com essa classificação, os tipos de clima do Brasil são os seguintes: 
Clima Semi-árido: presente, principalmente, no sertão nordestino, caracteriza-se pela baixa umidade e pouquíssima quantidade de chuvas. As temperaturas são altas durante quase todo o ano


Clima Subtropical: presente na região sul dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Caracteriza-se por verões quentes e úmidos e invernos frios e secos. Chove muito nos meses de novembro à março. O índice pluviométrico anual é de, aproximadamente, 2000 mm. As temperaturas médias ficam em torno de 20º C. Recebe influência, principalmente no inverno, das massas de ar frias vindas da Antártida.




Clima Equatorial: encontra-se na região da Amazônia. As temperaturas são elevadas durante quase todo o ano. Chuvas em grande quantidade, com índice pluviométrico acima de 2500 mm anuais.



Clima Tropical: temperaturas elevadas (média anual por volta de 20°C), presença de umidade e índice de chuvas de médio a elevado.

  Clima Tropical de altitude: ocorre principalmente nas regiões serranas do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Serra da Mantiqueira. As temperaturas médias variam de 15 a 21º C. As chuvas de verão são intensas e no inverno sofre a influência das massas de ar frias vindas pelo Oceano Atlântico. Pode apresentar geada no inverno.


 

Clima Tropical Atlântico (tropical úmido): presente, principalmente, nas regiões litorâneas do Sudeste, apresenta grande influência da umidade vinda do Oceano Atlântico. As temperaturas são elevadas no verão (podendo atingir até 40°C) e amenas no inverno (média de 20º C). Em função da umidade trazida pelo oceano, costuma chover muito nestas áreas.


Reforma Agrária no Brasil


Reforma Agrária no Brasil

Podemos definir reforma agrária como um sistema em que ocorre a divisão de terras, ou seja, propriedades particulares (latifúndios improdutivos) são compradas pelo governo a fim de lotear e distribuir para famílias que não possuem terras para plantar. Dentro deste sistema, as famílias que recebem os lotes, ganham também condições para desenvolver o cultivo: sementes, implantação de irrigação e eletrificação, financiamentos, infra-estrutura, assistência social e consultoria. Tudo isso oferecido pelo governo.
Estrutura Fundiária ontem e hoje
A reforma agrária se faz necessária no Brasil, pois a estrutura fundiária em nosso país é muito injusta. Durante os dois primeiros séculos da colonização portuguesa, a metrópole dividiu e distribui as terras da colônia de forma injusta. No sistema de Capitanias Hereditárias, poucos donatários receberam faixas enormes de terra (pedaços comparados a alguns estados atuais) para explorar e colonizar. Desde então, o acesso a terra foi dificultado para grande parte dos brasileiros. O latifúndio (grande propriedade rural improdutivo) tornou-se padrão, gerando um sistema injusto de distribuição da terra. Para termos uma idéia desta desigualdade, basta observarmos o seguinte dado: quase metade das terras brasileiras está nas mãos de 1% da população.

Reforma Agrária na atualidade
Para corrigir esta distorção, nas últimas décadas vem sendo desenvolvido em nosso país o sistema de reforma agrária. Embora lento, já tem demonstrado bons resultados. Os trabalhadores rurais organizaram o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) que pressiona o governo, através de manifestações e ocupações, para conseguir acelerar a reforma agrária e garantir o acesso à terra para milhares de trabalhadores rurais.
Cabe ao governo todo o processo de reforma agrária através de um órgão federal chamado INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Ao contrário do que muitos pensam, a reforma agrária é realizada em nosso país dentro das leis vigentes, respeitando a propriedade privada e os direitos constituídos. Não visa apenas distribuir terras, mas sim garantir, aos pequenos agricultores, condições de desenvolvimento agrário e produtividade, gerando renda e melhores condições de vidas para as famílias assentadas.


 Fonte: http://www.suapesquisa.com/

População do Brasil

A população brasileira cresceu bastante e estima-se que até o ano de 2025 o Brasil terá quase 250 milhões de habitantes.
Antes de falarmos sobre o crescimento populacional é preciso saber um conceito: o de crescimento vegetativo.

Crescimento vegetativo

Crescimento vegetativo é a diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade.
Esse conceito é importante porque é através do cálculo dessa diferença que temos a possibilidade de conhecer o quanto a população cresceu.
Uma visão muito difundida, porém errada, era de que a taxa de migração é que foi a responsável pelo nosso crescimento demográfico. Ela contribuiu, mas não foi o fator principal.

A partir de 1930 iniciou-se no Brasil o processo de industrialização e urbanização que trouxe muitas mudanças que ajudaram a influenciar no nosso crescimento. Até então, o Brasil era um país agrário, com população rural.
Nos anos 50, o lado urbano do Brasil começou a crescer. Muitas pessoas começaram a deixar os campos para trabalhar nas cidades, principalmente nas regiões sudeste (onde a industrialização era muito ativa) e na região centro-oeste (construção de Brasília).

Observação: Ao longo da nossa história, houve muitos movimentos migratórios no país. Alguns foram incentivados pelo governo, porém outros foram espontâneos.

Quando foi anunciado que encontraram ouro em Minas Gerais, muitos seguiram para lá, poucos anos depois, surgiram várias cidades como Ouro Preto e Mariana.
Nas décadas de 40 e 50, o governo incentivou a ocupação da região centro-oeste – era a chamada “Marcha para o Oeste”- prometendo doar terras para quem fosse. O mesmo aconteceu na época da construção de Brasília, que foi inaugurada em 1960.

A urbanização melhorou muito a vida dos brasileiros. Nas cidades havia uma melhor condição de vida (higiene e saúde, água tratada, serviços de vacinação (veja Revolta da Vacina), redes de saneamento básico, etc., como conseqüência a taxa de mortalidade diminuiu bastante.
Nessa época (segundo estatísticas) a população começou a crescer de uma forma acelerada.
As novas condições urbanas e a revolução no campo da medicina provocaram um alto crescimento vegetativo da população.
Os anos 60 foram marcados por uma revolução nos costumes, não só por causa da pílula (que diminuiu muito a taxa de natalidade), mas também outros fatores como a vida na cidade e a entrada da mulher no mercado de trabalho ajudaram muito a reduzir esse índice.
Atualmente, as famílias não são mais tão numerosas, principalmente nas zonas urbanas. O controle da natalidade está se tornando hábito até mesmo nas camadas mais pobres.
Sem sombra de dúvida, as desigualdades econômicas e sociais são um dos maiores problemas que o Brasil enfrenta.
Há muita diferença entre a expectativa de vida dos sulistas e dos nordestinos. Os dados afirmam que no sul, as pessoas vivem mais do que no nordeste.
A mortalidade infantil também é alta no nordeste, justamente por causa da precária assistência médica (principalmente com as mulheres grávidas) e as próprias condições de miséria que vive grande parte do povo nordestino.
A colonização do sul do país e a substituição da mão-de-obra escrava pela a assalariada contribuiu muito para a vinda de milhões de imigrantes para o Brasil.
Com a proibição do tráfico negreiro (1850) começaram a faltar escravos para trabalhar na lavoura, foi a partir daí que a imigração (principalmente européia) começou a crescer.
Vieram para o Brasil os italianos, sírios, alemães, espanhóis, portugueses etc.
Com o passar do tempo, alguns imigrantes conseguiram suas próprias terras, outros foram trabalhar nas fábricas, sem contar com os que fundaram indústrias (alimentícias, e têxtis).

Em 1908, outra leva de imigrantes veio para o país: os japoneses.
Muitos deles foram trabalhar no interior paulista nas diversas lavouras de café e outros se fixaram próximo a capital para trabalhar com a agricultura, que era um dos principais meios de abastecimento da cidade que estava em processo de crescimento.
Porém, de todos os imigrantes que vieram para cá, o grupo que mais se destacou foram os portugueses.
Claro que não podemos esquecer a influência que os negros tiveram na nossa população, principalmente na nossa cultura.

Como já foi dito antes, foi em 1930 que teve início o processo de industrialização (RJ e SP). O surgimento das indústrias ajudou muito no crescimento das cidades, pois buscavam operários para suas fábricas. Assim como as indústrias, a construção civil também precisava de trabalhadores. Todas essas oportunidades levaram a um processo de deslocamento interno, ou seja, muitas pessoas saíram do nordeste rumo ao sudeste, na esperança de conseguir uma vida melhor.

Devido ao excesso de mão-de-obra, em 1934, o governo brasileiro resolveu barrar a imigração na tentativa de não piorar a crise. A Lei de Cota de Imigração foi promulgada e fez com que a imigração reduzisse bastante.
Porém, mesmo assim, um dos grandes problemas gerados, foi a imigração ilegal, principalmente de coreanos e bolivianos.

Nos anos 80, o governo brasileiro concedeu anistia para os imigrantes ilegais e hoje a colônia coreana é muito grande em SP, dominando o setor de confecções, no Rio esta colônia também começa a crescer, e no Saara (no centro do Rio de Janeiro onde os donos do comércio são sírios e libaneses) já tem várias lojas de comerciantes coreanos.
Nos anos 80 e 90 muitos brasileiros pressionados pela crise econômica e o desemprego, tentaram sobreviver em outros países. Os EUA são o endereço número um na lista de lugares para se viver, o Paraguai vem em segundo lugar.

O Japão também está nesta lista, e os brasileiros que trabalham lá são chamados de dekasseguis.

O Brasil já não é mais um país jovem, é importante enfatizarmos que a população de idosos está crescendo cada vez mais e a expectativa de vida também vem aumentando: aproximadamente 64,1 anos para os homens e 70,6 anos para as mulheres.

Como podemos observar, as mulheres vivem mais, logo a maioria da população brasileira da terceira idade é feminina.

Mas, se formos analisar região por região, acontece um fato interessante e curioso, na região centro-oeste e nordeste a população masculina é maior, isso acontece por causa das atividades agrícolas presentes nestas regiões que atraem muitos homens para o trabalho.

Hoje podemos dizer que a maioria da população brasileira vive nas cidades.
As grandes cidades que ao mesmo tempo oferecem uma condição melhor para o povo, também levam medo para as diversas famílias por causa da violência, desemprego e precariedade nos serviços médicos e educacionais além de muitos outros fatores.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

METRÓPOLES, MEGALÓPOLES

METRÓPOLES, MEGALÓPOLES
Classificações das cidades
As cidades podem ser classificadas quanto à origem. Nesses termos, encontram-se duas categorias:


                    Vista da região central da cidade de São Paulo

Cidades espontâneas ou naturais: constituem a maioria das cidades do planeta e foram formadas, através dos tempos, em locais que apresentavam algum tipo de vantagem para seu primitivo grupo populacional.
É o caso de cidades que se localizam as margens de mares e de rios, que proporcionam alimentação e facilidade de transporte, por exemplo. Mas é também o caso de cidades que surgiram em torno de castelos, nos entroncamentos de estradas ou em rotas comerciais, que ofereciam respectivamente garantia de segurança, facilidade de deslocamento ou oportunidade de negócios.

Alguns exemplos: Londres (Reino Unido), Moscou (Rússia), Paris (França), Rio de Janeiro e São Paulo (Brasil).
Cidades planejadas: aquelas que são intencionalmente criadas em locais previamente escolhidos, implantadas em períodos temporais relativamente breves, com finalidade de caráter geopolítico.
Em geral, as cidades planejadas têm seu planejamento rapidamente atropelado pelo crescimento populacional, o que faz o traçado original sucumbir diante da espontaneidade com que a população se espalha pelo seu entorno ou por seu interior.
O exemplo máximo que se poderia dar do fenômeno, em termos brasileiros, é Brasília, planejada para acolher 500 mil habitantes, mas já teve esse número multiplicado por quatro, de acordo com o censo de 2000.
Outros exemplos: Camberra (Austrália), Islamabad (Paquistão), Belo Horizonte e Goiânia (Brasil).

Aqüífero

Aqüífero
O que é?
Um aqüífero é uma formação ou grupo de formações geológicas que pode armazenar água subterrânea. São rochas porosas e permeáveis, capazes de reter água e de cedê-la. Esses reservatórios móveis aos poucos abastecem rios e poços artesianos. Podem ser utilizadas pelo homem como fonte de água para consumo. Tal como ocorre com as águas superficiais, demandam cuidados para evitar a sua contaminação. O uso crescente pela indústria, agricultura e consumo humano ameaça os aqüíferos e coloca esse assunto na agenda ambiental global.

Tipos de Aqüíferos
Aqüíferos livres
Nos aqüíferos livres existe uma camada impermeável que serve de base a uma zona superior, permeável saturada em água.
Aqüíferos cativos ou confinados- são aqueles em que as formações que os constituem estão limitadas, no topo e na base, por formações impermeáveis. Toda a espessura do aqüífero está saturada de água e a pressão no seu interior é superior à atmosférica.
Aquífero Guarani
O Aquífero Guarani é a segunda maior reserva subterrânea de água doce do mundo. A maior reserva atualmente é o Aquífero Alter do Chão.
A maior parte (70% ou 840 mil km²) da área ocupada pelo aquífero — cerca de 1,2 milhão de km² — está no subsolo do centro-sudoeste do Brasil. O restante se distribui entre o nordeste da Argentina (255 mil km²), noroeste do Uruguai (58 500 km²) e sudeste do Paraguai (58 500 km²), nas bacias do rio Paraná e do Chaco-Paraná. A população atual do domínio de ocorrência do aquífero é estimada em quinze milhões de habitantes.
Localização detalhada
Nomeado em homenagem à tribo Guarani, possui um volume de aproximadamente 55 mil km³ e profundidade máxima por volta de 1 800 metros, com uma capacidade de recarregamento de aproximadamente 166 km³ ao ano por precipitação. É dito que esta vasta reserva subterrânea pode fornecer água potável ao mundo por duzentos anos. Devido a uma possível falta de água potável no planeta, que começaria em vinte anos, este recurso natural está rapidamente sendo politizado, tornando-se o controle do Aquífero Guarani cada vez mais controverso

Favelização e outros problemas da urbanização -Urbana 2

Favelização e outros problemas da urbanização

A urbanização desordenada, que pega os municípios despreparados para atender às necessidades básicas dos migrantes, causa uma série de problemas sociais e ambientais. Dentre eles destacam-se o desemprego, a criminalidade, a favelização e a poluição do ar e da água. Relatório do Programa Habitat, órgão ligado à ONU, revela que 52,3 milhões de brasileiros - cerca de 28% da população - vivem nas 16.433 favelas cadastradas no país, contingente que chegará a 55 milhões de pessoas em 2020.

O processo de urbanização dos países subdesenvolvidos começou apenas após a segunda Guerra e não foi uniforme. Alguns desses países industrializaram-se; outros permaneceram predominantemente agrários e com a população rural bastante expressiva.
Apesar de elevada participação da população rural, chama a atenção a relativa rapidez com que a população urbana vem aumentando nesses países.
Entretanto, a realidade das cidades dos países subdesenvolvidos é muito diferente da de suas irmãs desenvolvidas e bem tratadas. Apresentam inúmeros problemas como:
·         Transito caótico;
·         Péssimos e poucos meios de transportes públicos;
·         Mendicância;
·         Violência;
·         Desemprego ou subemprego;
·         Falta de saneamento;
·         Falta de pavimentação;
·         Falta de energia elétrica;
·         Falta de moradias

Região Sudeste
Apesar de esses quatro Estados ocuparem somente 10% do território brasileiro, a segunda menor em área, neles se encontram mais de 78 milhões de habitantes (IBGE, 2005), 90,5% dos quais vivem em cidades.

É também no Sudeste que se encontram três das cidades brasileiras com mais de 1 milhão de habitantes (São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte), bem como 50% das cidades com população entre 500 mil e 1 milhão de habitantes.

As sucessivas crises econômicas que o país conheceu nas últimas décadas fez seu ritmo de crescimento em geral diminuir e com isso o fluxo migratório para o Sudeste se reduziu e continua em declínio.
Centro-Oeste e Sul

A segunda região de maior população urbana no país é a Centro-Oeste, onde 86,7% dos habitantes vivem em cidades. A urbanização dessa região é ainda mais recente e foi impulsionada pela fundação de Brasília, em 1960, e pelas rodovias de integração nacional que interligaram a nova capital com o Sudeste, de um lado, e a Amazônia, de outro. Além disso, há o desenvolvimento do setor do agronegócio. A agropecuária impulsionou a urbanização do Centro-Oeste, cujas cidades apresentam atividades econômicas essencialmente de caráter agro-industrial.

A região
Sul, apesar de contar com o terceiro maior contingente populacional do país - mais de 26 milhões de habitantes, 80,9% vivendo em cidades - e uma economia vigorosa, também baseada na agropecuária apresenta um índice mais baixo de urbanização. Ao contrário da região Centro-Oeste, a região Sul conheceu uma urbanização mais lenta e limitada até o início da década de 1970.

A estrutura agrária assentada na pequena propriedade e no trabalho familiar, apoiado no parcelamento da terra nas áreas de planaltos subtropicais, limitava a migração de pessoas do campo para o meio urbano. Depois, a mecanização da agricultura e a concentração fundiária impulsionaram o êxodo rural.
Norte e Nordeste

O grau de urbanização da região Norte é o mais baixo do país: 69,9% em 2003. No entanto, é a região que mais se urbanizou nos últimos anos. Entre 1991 e 2000, segundo o IBGE, o crescimento urbano foi de 28,54%. Além de ter-se inserido tardiamente na dinâmica econômica nacional, a região tem sua peculiaridade geográfica - a floresta Amazônica - que representa um obstáculo ao êxodo rural. Ainda assim, Manaus (AM) e Belém (PA) são as principais regiões metropolitanas com mais de 1 milhão de habitantes cada.

Com mais de 51 milhões de habitantes o
Nordeste é a região brasileira com o maior número de municípios (1.793), mas somente 69,1% de sua população é urbana. A estrutura agrária baseada na pequena propriedade familiar, na faixa do Agreste, colaborou para segurar a força de trabalho no campo e controlar o ritmo do êxodo rural. O baixo rendimento e a baixa produtividade do setor agrícola restringiram a repulsão dos habitantes rurais, ao passo que o insuficiente desenvolvimento do mercado regional limitou a atração exercida pelas cidades.



 

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

URBANIZAÇÃO DO BRASIL

URBANIZAÇÃO DO BRASIL

Conseqüências e características das cidades
Urbanização é o aumento proporcional da população urbana em relação à população rural. Segundo esse conceito, só ocorre urbanização quando o crescimento da população urbana é superior ao crescimento da população rural.

Somente na segunda metade do século 20, o
Brasil tornou-se um país urbano, ou seja, mais de 50% de sua população passou a residir nas cidades. A partir da década de 1950, o processo de urbanização no Brasil tornou-se cada vez mais acelerado. Isso se deve, sobretudo, a intensificação do processo de industrialização brasileiro ocorrido a partir de 1956, sendo esta a principal conseqüência entre uma série de outras, da "política desenvolvimentista" do governo Juscelino Kubitschek.

É importante salientar que os processos de industrialização e de urbanização brasileiros estão intimamente ligados, pois as unidades fabris eram instaladas em locais onde houvesse infra-estrutura, oferta de mão-de-obra e mercado consumidor. No momento que os investimentos no setor agrícola, especialmente no setor cafeeiro, deixavam de ser rentáveis, além das dificuldades de importação ocasionadas pela
Primeira Guerra Mundial e pela Segunda, passou-se a empregar mais investimentos no setor industrial.
Êxodo rural

As indústrias, sobretudo a têxtil e a alimentícia, difundiam-se, principalmente nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Esse desenvolvimento industrial acelerado necessitava de grande quantidade de mão-de-obra para trabalhar nas unidades fabris, na construção civil, no comércio ou nos serviços, o que atraiu milhares de migrantes do campo para as cidades (êxodo rural).

O processo de urbanização brasileiro apoiou-se essencialmente no êxodo rural. A migração rural-urbana tem múltiplas causas, sendo as principais a perda de trabalho no setor agropecuário - em conseqüência da modernização técnica do trabalho rural, com a substituição do homem pela máquina e a estrutura fundiária concentradora, resultando numa carência de terras para a maioria dos trabalhadores rurais.

Assim, destituídos dos meios de sobrevivência na zona rural, os migrantes dirigem-se às cidades em busca de empregos, salários e, acima de tudo, melhores condições de vida.
População urbana
Atualmente, a participação da população urbana no total da população brasileira atinge níveis próximos aos dos países de antiga urbanização da Europa e da América do Norte. Em 1940, os moradores das cidades somavam 12,9 milhões de habitantes, cerca de 30% do total da população do país, esse percentual cresceu aceleradamente: em 1970, mais da metade dos brasileiros já viviam nas cidades (55,9%). De acordo com o Censo de 2000, a população brasileira é agora majoritariamente urbana (81,2%), sendo que de cada dez habitantes do Brasil, oito moram em cidades.

Segundo a
Organização das Nações Unidas (ONU), no ano de 2005 o Brasil tinha uma taxa de urbanização de 84,2% e, de acordo com algumas projeções, até 2050, a porcentagem da população brasileira que vive em centros urbanos deve pular para 93,6%. Em termos absolutos, serão 237,751 milhões de pessoas morando nas cidades do país na metade deste século. Por outro lado, a população rural terá caído de 29,462 milhões para 16,335 milhões entre 2005 e 2050.

O processo de urbanização no Brasil difere do europeu pela rapidez de seu crescimento. Na Europa esse processo é mais antigo. Com exceção da Inglaterra, único país que se tornou urbanizado na primeira metade do século 19, a maioria dos países europeus se tornou urbanizada entre a segunda metade do século 19 e a primeira metade do século 20. Além disso, nesses países a urbanização foi menos intensa, menos volumosa e acompanhada pela oferta de empregos urbanos, moradias, escolas, saneamento básico, etc.

Em nosso país, 70 anos foram suficientes para alterar os índices de população rural e os de população urbana. Esse tempo é muito curto e um rápido crescimento urbano não ocorre sem o surgimento de graves problemas.