Uma breve história da astronomia
Ainda na pré-história, o homem percebeu que os astros se movimentavam em ciclos regulares que coincidiam com fenômenos da natureza, como mudanças climáticas, períodos de colheita, cheias de rios, secas e marés.
Monumento de Stonehenge, no sul da Inglaterra, construído na pré-história para a observação de fenômenos astronômicos.
O estudo do movimento dos astros, para prever e se antecipar a estes fenômenos, aumentou as chances de sobrevivências destas populações primitivas, tornando a astronomia ("lei das estrelas", em grego) um estudo obrigatório nesta época e, portanto, uma das ciências mais antigas da humanidade.
Por desconhecer a natureza dos astros, várias culturas acreditavam que estes eram deuses ou espíritos que realmente manipulavam a natureza para produzir estes fenômenos, mas que, para tanto, deveriam ser reverenciados em rituais religiosos que, em algumas culturas, envolviam até sacrifícios humanos. Acredita-se, portanto, que os primeiros astrônomos eram sacerdotes, que acreditavam que os astros poderiam também prever ações humanas, como relacionamentos pessoais, sucessão de governantes e até guerras, fazendo com que esta astronomia primitiva se confunda com o que chamamos hoje de astrologia.
Os gregos da antiguidade já haviam desmistificando a natureza dos astros e, apenas com observações a olho nu e cálculos matemáticos, descobriram que o nosso planeta é esférico, que orbita o Sol, calcularam o seu tamanho e as suas distâncias da Lua e do Sol. Mas estas e muitas outras descobertas ficaram praticamente esquecidas até o final da Idade Média, sendo redescobertas apenas a partir da Renascença, mais de mil e quinhentos anos depois.
A partir dos últimos cinco séculos, a Física passou a ser utilizada para explicar os movimentos dos astros, o que revolucionou o nosso entendimento do funcionamento do Universo e criou os alicerces da Física Moderna. No início do século XX, a publicação da Teoria da Relatividade produziu profundas modificações na Física e possibilitou novas descobertas sobre as leis fundamentais do Universo.
A descoberta de formas de luz invisíveis aos nossos olhos (como os raios-X, raios gama, ondas de rádio, micro-ondas, radiação ultravioleta e a radiação infravermelha) e de que estas também trazem informações de todo o Cosmos, forçou uma divisão da Astronomia observacional de acordo com a forma de luz observada (faixa do espectro eletromagnético), em Astronomia Ótica (luz visível), Astronomia infravermelha (comprimentos de onda maiores que o da luz vermelha), Radioastronomia (ondas de rádio) e Astronomia de altas energias (comprimentos de onda mais energéticos que a luz visível), que utilizam instrumentos específicos para a captação de cada forma de luz.
A revolução tecnológica da segunda metade do século XX possibilitou a construção instrumentos cada vez mais potentes e precisos, que fez o conhecimento astronômico evoluir mais nestes últimos cinquenta anos do que nos cinco milênios de toda a sua história. A partir deste momento, a Astronomia sofre tal mudança nos seus métodos, que deixa o seu aspecto de ciência de observação para se tornar, também, uma nova ciência experimental, onde aparecem inúmeros ramos, como a Astrometria, que trata da determinação da posição e do movimento dos corpos celestes, a Mecânica Celeste, que estuda o movimento dos corpos celestes e a determinação de suas órbitas, a Astrofísica, que estuda as propriedades físicas dos corpos celestes, a Astronomia Estelar, que se ocupa da composição e dimensões dos sistemas estelares, e a Cosmologia, que estuda a estrutura do universo como um todo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário