ÍNDIA: MATERNIDADE DO MUNDO
A Índia teve na década de 1970 os maiores sinais de que havia uma crise demográfica prestes a surgir. Não era a primeira tentativa do governo para criar um mutirão de operações de vasectomia (processo cirúrgico que deixa o homem estéril). Entre 1976 e 1977, durante o governo da primeira-ministra Indira Gandhi, foi triplicado o número de operações dessa natureza - foram feitas cerca de 6 milhões. Foram adotadas medidas como exigir a operação para que as famílias pudessem obter novas moradias e outros benefícios do governo. Mas estava implantada basicamente uma histeria: a polícia chegava a simplesmente aglomerar a população mais carente e conduzi-los para lugares onde as cirurgias aconteciam de maneira improvisada.
A região sul do país, hoje, tem uma taxa de 2,6 filhos por mulher. É metade da taxa de meados do séc. XX, mas em regiões mais pobre, como no norte do país, o número é bastante alto. Na verdade, alto o suficiente para que estimativas da ONU indiquem que o lugar mais provável para uma criança nascer, no mundo todo, é Uttar Pradesh, província do norte da Índia.
O problema: os indicadores sociais são muito baixos, e naquela região a população é maior do que em todo o território brasileiro. Essa criança que nasce em Uttar Pradesh provavelmente terá pais analfabetos, que não ganharão mais do que 550 dólares por ano.
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