quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Gerando um Fóssil

A fossilização resulta da ação combinada de processos físicos, químicos e biológicos. Para que ela ocorra, ou seja, para que a natural decomposição e desaparecimento do ser que morreu sejam interrompidos e haja a preservação, são necessárias algumas condições, como rápido soterramento e ausência de ação bacteriana decompondo os tecidos. Também influenciam na formação dos fósseis o modo de vida do animal e a composição química de seu esqueleto.         (clique na imagem para ver a animação)

Entre os restos animais passíveis de preservação incluem-se as estruturas formadas  de sílica (óxido de silício), como as espículos das esponjas; calcita (carbonato de cálcio), como as conchas de muitos moluscos e os corais; e a quitina, substância que forma o esqueleto dos insetos.

É interessante observar que as folhas, caules, sementes e pólens podem ser preservados, mas normalmente não aparecem juntos.

A fossilização pode se dar por diferentes processos:

Incrustação – ocorre quando substâncias trazidas pelas águas que se infiltram no subsolo depositam-se em torno do animal ou planta, revestindo-o. Ocorre, por exemplo, em animais que morreram no interior de cavernas. Dos materiais que se depositam os mais comuns são calcita, pirita, limonita e sílica.

Permineralização – bastante freqüente, ocorre quando substâncias minerais são depositadas em cavidades, como poros ou canalículos, existentes em ossos e troncos, por exemplo. É assim que se forma a madeira petrificada.

Recristalização – rearranjo dos cristais de um mineral, dando-lhe mais estabilidade. Exemplo clássico e a substituição de aragonita por calcita.

Carbonificação ou incarbonização – decorre da perda de substâncias voláteis (oxigênio, hidrogênio e nitrogênio principalmente), restando uma película de carbono.

Em ambientes muito secos e áridos, a rápida desidratação também permite a preservação de animais (inclusive de corpos humanos). Chama-se a isso mumificação.


Os fósseis do tipo vestígios, não são restos de um ser vivo mas evidências de que ele existiu. Se uma concha é preenchida e totalmente recoberta por calcita, vindo depois a se dissolver, poderá ficar, no material que preencheu, um molde interno e no que a recobriu, um molde externo. E, se o espaço por ela antes ocupado for preenchido, ter-se-á um contramolde.

Outros vestígios são as impressões, deixadas por exemplo por folhas em sedimentos carbonosos, freqüentes nos carvões de Santa Catarina. Também são considerados vestígios os coprólitos (excrementos de animais), gastrólitos (pequenas pedras que as aves e alguns répteis possuem no aparelho digestivo), ovos (isolados ou reunidos em ninhos), marcas de dentadas (deixadas por dinossauros, por exemplo) e os já citados icnofósseis (pegadas, sulcos, etc.)
Algumas estruturas parecem-se muito com fósseis, mas não o são.

Exemplo típico são os dendritos, depósitos de pirolusita (óxido de manganês), menos comumente de outro mineral, de forma ramificada, com todo o aspecto de uma planta, encontrados, por exemplo, em rochas vulcânicas do sul do Brasil. Essas estruturas são chamadas de pseudofósseis.

Animais e plantas que existem ainda hoje e que pouco mudaram ao longo da história da Terra são chamados de fósseis vivos. Exemplos são a Gingko biloba e animais como Limulus sp. e o celacanto (Latimeria chalmnae), um peixe que, até 1938, se julgava estar extinto.




(FONTE: CARVALHO, I. S. ed. Paleontologia. Rio de Janeiro, Interciencia, 2000. 628p. il. Cap. 1, p. 3-11)

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