quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

A sociedade tecnológica




Para atender as suas necessidades materiais, o homem só dispõe da natureza e dela sempre se valeu. Os primeiros homens exploravam a natureza por meio da coleta de plantas, da caça e da pesca, a fim de suprirem as suas necessidades alimentares básicas. Eles organizavam o espaço físico de acordo com suas necessidades de proteção e abrigo.
      Fazendo uso da inteligência, os homens passaram a dominar a natureza por uso de técnicas que melhoraram sua condição de vida. Os primeiros avanços técnicos nasceram provavelmente do acaso ou da imitação da natureza. A partir do instinto de preservação e da experimentação elementar, os homens foram percebendo acontecimentos casuais e, também, fatos decorrentes de suas intervenções, aperfeiçoando suas ações e acumulando conhecimento.
      A descoberta e o uso do fogo no cozimento dos alimentos, aquecimento e na iluminação, foram a primeira grande manifestação técnica da humanidade. Nessa época, nasceram também as técnicas de aproveitamento da pedra lascada, usada como objeto cortante, que foi de grande importância para a construção de armas e utensílios domésticos.
      Com a evolução, ao instinto e a casualidade, juntaram-se o conhecimento adquirido e a criatividade, diante dos novos desafios. As técnicas se aprimoraram com o uso da pedra polida, da agricultura, da domesticação e criação de animais, da conservação de alimentos etc. a seguir veio à descoberta dos metais com a utilização inicial do bronze e do ferro o que fez o homem se impor diante das dificuldades impostas pelo meio.
      Verdadeiramente, o desenvolvimento do homem, sua evolução técnica e capacidade inventiva sempre tiveram ligados a uma questão historicamente elementar, porem definitiva para o arranque e o aprimoramento das sociedades: a necessidade. Este é provavelmente o fator que transformou o coletor em agricultor e o caçador em criador, dentro da perspectiva de prover as necessidades alimentares do grupo de forma planejada.
       Na associação da criatividade com a experiência, o homem construiu conhecimentos que tem como objetivo buscar soluções para problemas práticos. Assim nasceu a tecnologia: conjunto de conhecimentos, especialmente princípios científicos, que se aplicam a um determinado ramo de atividade para geração de bens úteis a sociedade.

Podemos entender que a sociedade contemporânea é uma sociedade tecnológica, na qual as relações se encontram profunda e intensamente marcadas pelas mídias e demais tecnologias, gerando novas configurações e complexidades.
      Mas isso  senhoras, senhores senhoritas e indecisos não surgiu do nada. O grande impacto tecnológico que a historia conheceu capaz de alterar profundamente as estruturas  das economias das sociedades da época, foi a primeira Revolução Industrial. Ela ocorreu na Europa em meados do século XVIII ao final do século XIX, tendo a Inglaterra  na sua liderança. A utilização da maquina à vapor, suprida pela queima do carvão mineral, possibilitou uma aumento significativo da produção, especialmente a têxtil.
       A Segunda Revolução Industrial, iniciada no final do século XIX, indo até a década de 1970, foi liderada especialmente pelos EUA. Foi marcada pela utilização do petróleo e da eletricidade, e teve caráter monopolista, com grande presença dos Estados na economia. Esse período foi marcado por grandes avanços técnicos e trabalhistas, tendo nas indústrias siderúrgicas, e petroquímicas e automobilísticas suas principais representantes.
       A Terceira Revolução Industrial iniciou-se nas ultimas décadas do século XX, sendo marcada pelo domínio do conhecimento sobre o produto, com forte presença de setores como informática, a robótica, as telecomunicações e a biotecnologia. Lideram esta fase o Japão, EUA e os países da Europa Ocidental.
       A terceira Revolução Industrial é à base de sustentação de um dos fenômenos mais polêmicos na atualidade: a globalização. O rápido desenvolvimento cientifico-tecnologico modificou as relações de trabalho de quem efetivamente participa do processo produtivo, alem de permitir o encurtamento das distancias geográficas, colocando o mundo conectado pela informação em tempo real.



Fordismo

O Fordismo é um modelo de produção em massa idealizado pelo empresário estadunidense Henry Ford (1863-1947), fundador da Ford Motor Company, esse modelo revolucionou a indústria automobilística a partir de janeiro de 1914, quando introduziu a primeira linha de montagem automatizada. Ford utilizou à risca os princípios de padronização e simplificação de Frederick Taylor e desenvolveu outras técnicas avançadas para a época. Suas fábricas eram totalmente verticalizadas. Ele possuía desde a fábrica de vidros, a plantação de seringueiras, até a siderúrgica.
Ford criou o mercado de massa para os automóveis. Sua obsessão era tornar o automóvel tão barato que todos poderiam comprá-lo, porém mesmo com o barateamento dos custos de produção, o sonho de Henry Ford permaneceu distante da maioria da população.
Uma das principais características do Fordismo foi o aperfeiçoamento da linha de montagem. Os veículos eram montados em esteiras rolantes que movimentavam-se enquanto o operário ficava praticamente parado, realizando uma pequena etapa da produção, Desta forma não era necessária quase nenhuma qualificação dos trabalhadores. Outra característica é a de que o trabalho é entregue ao operário, em vez desse ir buscá-lo, fazendo assim a analogia à eliminação do movimento inútil.
O método de produção fordista exigia vultosos investimentos e grandes instalações, mas permitiu que Ford produzisse mais de 2 milhões de carros por ano, durante a década de 1920. O veículo pioneiro de Ford no processo de produção fordista foi o mítico Ford Modelo T, mais conhecido no Brasil como "Ford Bigode".
Juntamente com o sucesso do Fordismo, com as vendas do lendário modelo "T", surgiu um ciclo o qual mudou a vida de muitos americanos da época, o chamado ciclo da prosperidade, graças ao aumento de vendas do Ford "T" muitos outros setores tiveram um desenvolvimento substancial, setores como o têxtil, siderúrgicas, energia (combustível), entre tantos outros que foram afetados direta ou indiretamente com a fabricação desses carros, pois com eles mais rodovias foram construídas propiciando uma maior locomoção da população e criando polos comerciais ao longo de sua extensão.
O Fordismo teve seu ápice no período posterior à Segunda Guerra Mundial, nas décadas de 1950 e 1960, que ficaram conhecidas na história do capitalismo como Os Anos Dourados. Entretanto, a rigidez deste modelo de gestão industrial foi a causa do seu declínio. Ficou famosa a frase de Ford, que dizia que poderiam ser produzidos automóveis de qualquer cor, desde que fossem pretos. O motivo disto era que a tinta na cor preta secava mais rápido e os carros poderiam ser montados mais rapidamente.
A partir da década de 1970, o Fordismo entra em declínio. A General Motors flexibiliza sua produção e seu modelo de gestão. Lança diversos modelos de veículos, várias cores e adota um sistema de gestão profissionalizado, baseado em colegiados. Com isto a GM ultrapassa a Ford, como a maior montadora do mundo.
Na década de 1970, após os choques do petróleo e a entrada de competidores japoneses no mercado automobilístico, o Fordismo e a Produção em massa entram em crise e começam gradativamente a serem substituídos pela Produção enxuta, modelo de produção baseado no Sistema Toyota de Produção.
Em 2007 a Toyota torna-se a maior montadora de veículos do mundo e pôe um ponto final no Fordismo.
Resumindo: O Fordismo foi iniciado nos EUA onde o ritmo da produção é imposto pelas máquinas, o trabalhador faz um consumo de tarefas especializadas e de participar mais do consumo.
                      

Toyotismo


A partir de 1970, o empresário Eiji Toyoda (1913) implantou no Japão um novo modelo produtivo, pois o Fordismo era inviável num país arrasado pela Segunda Guerra Mundial e com mercado, capital e matéria-prima escassa.
Uma série de mudanças na produção foi implantada com a finalidade de romper com a rigidez do modelo predominante e assim ampliar a oferta e a variedade de produtos. Caracterizada pela capacidade de adaptação das maquinas durante o processo, essa iniciativa resultou no aumento das condições de competitividade e apresentou excelentes resultados naquilo que passou a ser a essência do modelo japonês de produção: a flexibilidade.
A utilização de maquinas cada vez mais sofisticadas (autômatos flexíveis), a reengenharia gerencial e administrativa da produção associadas à organização hierárquica, a interação dos engenheiros de projeto, programadores e operários, que agora “pensam e executam”, criaram novas regras.
      Assim se constituiu o que se passou a se chamar toyotismo, um modelo de produção industrial baseado nas tecnologias da automação e da robotização e nas novas tecnologias da informação, na flexibilidade da produção (Just-in-time ou produção enxuta), nos contratos de trabalho e dos salários, no aumento do numero de trabalhadores temporários e na manutenção dos estoques mínimos. A regra era produzir apenas quando os clientes efetivavam a encomenda. A variação da produção passou a ser “de uma hora para outra”, atendendo às constantes oscilações do mercado consumidor e as mudanças aceleradas nas formas e técnicas de trabalho.
A produção enxuta, baseada no corte de gastos onde for possível, resultou num processo de terceirização muito grande. Grandes empresas agora repassam algumas atividades para as pequenas e medias empresas subcontratadas, diminuindo assim sua rotina burocrática e as despesas com encargos sociais.
O Toyotismo encontrou respaldo no estado neoliberal, também enxuto, que diminuiu as garantias sociais e o poder de reivindicação dos operários, e que assiste ao aumento do desemprego sem estratégias para combatê-lo.
Em termos geográficos, o toyotismo resultou no surgimento de tecnopolos –novos complexos cientifico - produtivos ligados a universidades e centros de pesquisa.

domingo, 27 de novembro de 2011

Dicas para os vestibulares na segunda fase

Queridos candidatos e candidatas, aqui estão selecionados alguns tópicos relevantes, e que podem ajudá-los na segunda fase dos principais vestibulares, espero que ajude.
Boa sorte!!!
- Globalização (Aspectos economicos, ambientais e sociais);
- Agricultura (Aspectos de modernização, CAI, MOdernização conservadora e estrutura fundiária);
- Urbana (Processos e conceitos);
- População (Pirâmide, transição demográfica e migrações);
- Meio Ambiente (Desenvolvimento Sustentável e Fenômenos como Efeito Estufa, ilhas de calor, etc);
- Energia (destaque para petróleo e alternativas)
- Revoltas Árabes;
- America Latina;
- China;
- Europa;
- EUA.
- Energia

domingo, 16 de outubro de 2011

Dicionário Geográfico

 Para você tem dúvidas sobre o significado de algum termo da área de Geografia? Então consulte o nosso dicionário!!!

Créditos: José Inácio de Lima

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

E Deus disse... Faça-se o Universo! Então, chamou os geógrafos...

Detesto pessoas tendenciosas...
E como uma pessoa “totalmente imparcial” que sou, não ficarei aqui levantando bandeiras, tampouco, propagandeando a minha disciplina apenas  pelo fato dela:  GEOGRAFIA ser  a mais importante das áreas do conhecimento, valendo-se das outras ciências tais como a história, filosofia, matemática, biologia, sociologia dentre outras tantas importantes, porém, auxiliares.
Segundo  o grande historiador  Lucien Febvre:
“Se fizessemos uma piramide com todas as ciencias, a geografia estaria no topo.”
Como podemos observar, se eles pobres mortais, historiadores reconhecem o quão importante é a GEOGRAFIA, quem sou eu para discordar não é mesmo?  (HE, he, he, he... Desculpe ae Zé, quando faço um gol é para você!!!!)


“Há um ditado chinês que diz que, se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um carregando um pão, ao se encontrarem, eles trocam os pães; cada um vai embora com um. Porém, se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um carregando uma idéia, ao se encontrarem, troca as idéias; cada homem vai embora com duas.”
Quem sabe, é esse mesmo sentido do nosso fazer: repartir idéias para todos terem pão...
Gostaria que todos vocês partilhassem dessa filosofia. Espero que esse nosso blog seja uma monumental ferramenta para trocas de idéias, informações, conhecimentos entre outras coisas. Pois isso nos traz um enorme poder, um poder de transformação, de emancipação, de entendimento, um poder inigualável: o poder chamado conhecimento.
Segundo o grande filósofo Benjamin Parker:
“Grandes poderes trazem grandes responsabilidades”
Isso mesmo senhoras, senhores, senhoritas e indecisos. Temos sim uma grande responsabilidade, pois depende de nós fazer de nossos ambientes, nosso mundo e nossa vida serem melhores, (sim eu sei... você a essa altura deve estar pensando que esse cara aí está viajando na maionese, mas não feche esta página ainda...). Mas confesso que, acredito mesmo que somos totalmente responsáveis pelo rumo de nossa vida. E não podemos jogar a culpa de nossos insucessos na conta de outras pessoas, sem avaliar corretamente nossas ações.
E como me disse certa vez a Maria Amanda:
“você atrai aquilo que transmite”
Sendo assim, vamos fazer nossa parte da melhor maneira possível, já que segundo o provérbio chinês:

"Bondade em balde é devolvida em barril."

Vamos esperar que nossas falas, pensamentos, atitudes e exemplos sejam tão contagiosos quanto todas as pragas que se propagam e contaminam aqueles que já estão desesperançados e sem a perspectiva de que um dia as coisas possam melhorar e possamos viver melhor.
Caso você possa e queira contribuir será extremamente bem vindo, pois melhor do que boas palavras e boas intenções são as boas atitudes. Já que nosso poder traz mais do que uma responsabilidade, traz também um dever de não silenciar ou omitir tanta injustiça no mundo atual (crítico demais não é Diana...), por isso temos o dever de fazer do conhecimento uma forma de propiciar a emancipação e autonomia da maior parte da sociedade que ainda se encontra marginalizada, não permitindo que este seja utilizado como uma arma à serviço da dominação e perpetuação das ordens econômicas, políticas e sociais como aí estão.
Em um belo poema, Bertolt Brecht questiona:
 “Que tempos são esses, quando falar sobre arvores é quase um crime? Pois significa silenciar sobre tanta injustiça.”