Meteoro
deixa 1.200 feridos na Rússia
Segundo o governo russo, a
explosão causou uma onde de choque deixou 1.200 feridos
A passagem de um meteoro que
cortou o céu na região oeste da Sibéria assustou os moradores da cidade de
Tcheliabinsk. A explosão causou uma onde de choque que estilhaçou vidraças e
derrubou muros na cidade deixando 1.200 feridos, dos quais cerca de 200 crianças,
segundo informações do governo russo.
Calcula-se que o evento
tenha atingido uma área de 100 mil metros quadrados e danificado cerca de 3.000
prédios, entre eles muitas escolas.
Estima-se que o objeto
pesasse 7.000 toneladas antes de se partir na atmosfera.
"Estava sentado
trabalhando e a janela estava levantada. Em segundos foi como se a cidade
inteira tivesse sido iluminada. Olhei para fora e vi uma grande mancha
brilhante no céu que durou dois, três minutos e então os cachorros começaram a
uivar", disse um homem identificado como Artyom que falou à rádio Moscou
FM.
Tcheliabinsk tem pouco mais
de 1 milhão de habitantes e fica cerca de 1.500 km a leste de Moscou. A região
tem forte presença de indústria bélica, inclusive com produção de armas nucleares.
Não há informações de vazamento de radiação, segundo fontes do governo.
COINCIDÊNCIA
Apesar da coincidência, a
queda do meteoro na Rússia e a passagem "de raspão" de um asteroide
pela Terra ontem não são eventos relacionados, segundo especialistas.
"É literalmente uma
coincidência cósmica", afirmou Alan Fitzsimmons, do Centro de Pesquisa de
Astrofísica da Queen's University, em Belfast (Irlanda do Norte), à BBC.
"O asteroide vai do sul para o norte; o
meteoro não estava nessa trajetória, e a separação de tempo entre a passagem
dos dois é significativa", afirmou Don Yeomans, da Nasa, chefe do
departamento de Objetos Próximos da Terra.
O asteroide 2012 DA14 chegou à sua distância
mínima da Terra às 17h25 de ontem no horário de Brasília, enquanto que o
meteoro foi visto ainda de madrugada.
Na opinião de Daniela Lazzaro, chefe do
projeto Impacton do Observatório Nacional, que monitora asteroides e outros
objetos espaciais potencialmente perigosos, essas são evidência fortes de que
esses eventos não foram relacionados.
Ela ressalta que fenômenos como esse são
bastante comuns. "A maioria cai no mar ou em zonas desabitadas, e ninguém
acaba se ferindo."
ONDA
DE CHOQUE
Segundo a pesquisadora, é
preciso destacar que as pessoas não foram feridas por fragmentos do objeto em
si, mas pelas efeitos causados pela queda.
"É como se fosse a
explosão de uma bomba. Os destroços, os vidros é que acabaram ferindo as
pessoas. É muito difícil que tenha sobrado algum fragmento para ferir
alguém", diz ela.
A entrada do meteoro na
atmosfera foi capturada por diversas câmeras de vigilância que ficam nos
painéis dos carros russos.
Os motoristas do país usam
as câmeras nos veículos para obter provas para reclamar o seguro de acidentes,
num país em que más estradas, tempo extremo e motoristas alcoolizados produzem
altas taxas de acidentes.
Folha de São Paulo, com informações do "New York
Times"
Fonte: http://www.jornaldaciencia.org.br
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