terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Cientistas querem mais verbas para proteger a Terra


Cientistas querem mais verbas para proteger a Terra

Não existe, atualmente, possibilidade de se evitar uma colisão de um asteroide contra a Terra. Após a passagem do asteroide 2012 DA14, a ESA espera agora receber mais verbas para a pesquisa e a defesa frente a tais corpos celestes

Sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013: no mesmo dia em que um meteorito cai sobre a Rússia, um asteroide passa próximo à Terra e bate recorde de aproximação. "Com certeza, isso acontece somente uma vez", declarou o cientista norte-americano James Gleason, pesquisador de corpos celestes na Universidade de Michigan.

Agora, os restos do meteorito devem ser utilizados para se aprender mais sobre esse corpo celeste para que, no futuro, possa haver uma melhor previsão sobre sua ocorrência, declarou o cientista à agência de notícias DPA.
Segundo Gleason, pedaços pequenos de escombros do espaço caem constantemente, mas um asteroide como o 2012 DA14, que passou de raspão pela Terra nesta sexta-feira, teria sido realmente uma ameaça caso tivesse se chocado com o planeta. Mas trata-se de um fenômeno natural, contra o qual "não podemos empreender nada no momento".

O pesquisador norte-americano disse que não há registro, até agora, de nenhum objeto que vá se chocar com a Terra num futuro próximo e que possa representar uma ameaça à vida no planeta. "Mas o sistema de observação existente é relativamente novo, bem como a consciência de que esse objeto poderia significar uma ameaça. A história de nosso desenvolvimento biológico na Terra foi fortemente influenciada por colisões de meteoritos e, certamente, voltará a ser no futuro", acrescentou.

Gleason explicou que não existe, atualmente, possibilidade de se evitar uma colisão de um asteroide contra a Terra. E que o mais importante é o tempo: quanto mais cedo se conhece o perigo, maior a possibilidade de modificar a órbita do objeto, para que não colida contra o planeta. "Para tal, foguetes poderiam, por exemplo, ser lançados", concluiu o cientista norte-americano.

Essa também é a opinião da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês). Neste sábado em Darmstadt, na Alemanha, o porta-voz da ESA, Bernhard von Weyhe, declarou que "se tal pedra gigante voar, um dia, em direção à Terra, seria preciso enviar uma missão de desvio". O porta-voz disse que, no momento, ainda não se veem ameaças concretas, mas "existem alguns candidatos críticos nas próximas décadas".

Após a passagem do asteroide 2012 DA14, a ESA espera agora receber mais verbas para a pesquisa e a defesa frente a tais corpos celestes. Segundo Von Weyhe, os cientistas desejam saber mais sobre esses objetos através de missões exploratórias. Mas isso seria "uma questão de prioridades políticas", explicou a ESA.

A Agência Espacial Europeia informou que a passagem do asteroide não teve nenhum impacto sobre seus 13 satélites em órbita. Também não foi registrada nenhuma interferência eletromagnética. Segundo as avaliações da ESA, o asteroide 2012 DA14 pesa 130 mil toneladas, tem um diâmetro de quase 50 metros e é composto em grande parte por metais. Mas a "natureza exata de um asteroide como esse é difícil de analisar em voo", declarou a ESA. Por esse motivo, os cientistas espaciais europeus anseiam por mais meios financeiros, para melhorar seus métodos.

Sistema mundial de defesa

Na Rússia, após a chuva de meteoritos, o trabalho de limpeza teve início na região dos Montes Urais. Segundo o ministro russo de Situações de Emergência, Vladimir Pushkov, cerca de 20 mil pessoas estão ajudando em Tcheliabinsk, a maior entre as cidades atingidas pelos fragmentos.

Em visita à cidade neste sábado, Pushkov explicou que os ajudantes avaliam os efeitos da onda de choque causada pelo meteorito, que explodiu em voo, sobre as estruturas dos edifícios. As autoridades russas informaram que cerca de 3 mil prédios foram danificados e que, dos 1.200 feridos - cuja maioria foi atingida por vidros estilhaçados pela explosão -, 40 ainda estavam em tratamento hospitalar.

(Carta Capital)

Fonte: http://www.jornaldaciencia.org.br

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