Cientistas
querem mais verbas para proteger a Terra
Não existe, atualmente,
possibilidade de se evitar uma colisão de um asteroide contra a Terra. Após a
passagem do asteroide 2012 DA14, a ESA espera agora receber mais verbas para a
pesquisa e a defesa frente a tais corpos celestes
Sexta-feira, 15 de fevereiro de
2013: no mesmo dia em que um meteorito cai sobre a Rússia, um asteroide passa
próximo à Terra e bate recorde de aproximação. "Com certeza, isso acontece
somente uma vez", declarou o cientista norte-americano James Gleason,
pesquisador de corpos celestes na Universidade de Michigan.
Agora, os restos do meteorito devem
ser utilizados para se aprender mais sobre esse corpo celeste para que, no
futuro, possa haver uma melhor previsão sobre sua ocorrência, declarou o
cientista à agência de notícias DPA.
Segundo Gleason, pedaços pequenos
de escombros do espaço caem constantemente, mas um asteroide como o 2012 DA14,
que passou de raspão pela Terra nesta sexta-feira, teria sido realmente uma
ameaça caso tivesse se chocado com o planeta. Mas trata-se de um fenômeno
natural, contra o qual "não podemos empreender nada no momento".
O pesquisador norte-americano disse
que não há registro, até agora, de nenhum objeto que vá se chocar com a Terra
num futuro próximo e que possa representar uma ameaça à vida no planeta.
"Mas o sistema de observação existente é relativamente novo, bem como a
consciência de que esse objeto poderia significar uma ameaça. A história de
nosso desenvolvimento biológico na Terra foi fortemente influenciada por
colisões de meteoritos e, certamente, voltará a ser no futuro",
acrescentou.
Gleason explicou que não existe,
atualmente, possibilidade de se evitar uma colisão de um asteroide contra a
Terra. E que o mais importante é o tempo: quanto mais cedo se conhece o perigo,
maior a possibilidade de modificar a órbita do objeto, para que não colida
contra o planeta. "Para tal, foguetes poderiam, por exemplo, ser
lançados", concluiu o cientista norte-americano.
Essa também é a opinião da Agência
Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês). Neste sábado em Darmstadt, na
Alemanha, o porta-voz da ESA, Bernhard von Weyhe, declarou que "se tal
pedra gigante voar, um dia, em direção à Terra, seria preciso enviar uma missão
de desvio". O porta-voz disse que, no momento, ainda não se veem ameaças
concretas, mas "existem alguns candidatos críticos nas próximas
décadas".
Após a passagem do asteroide 2012
DA14, a ESA espera agora receber mais verbas para a pesquisa e a defesa frente
a tais corpos celestes. Segundo Von Weyhe, os cientistas desejam saber mais
sobre esses objetos através de missões exploratórias. Mas isso seria "uma
questão de prioridades políticas", explicou a ESA.
A Agência Espacial Europeia
informou que a passagem do asteroide não teve nenhum impacto sobre seus 13
satélites em órbita. Também não foi registrada nenhuma interferência
eletromagnética. Segundo as avaliações da ESA, o asteroide 2012 DA14 pesa 130
mil toneladas, tem um diâmetro de quase 50 metros e é composto em grande parte
por metais. Mas a "natureza exata de um asteroide como esse é difícil de
analisar em voo", declarou a ESA. Por esse motivo, os cientistas espaciais
europeus anseiam por mais meios financeiros, para melhorar seus métodos.
Sistema
mundial de defesa
Na Rússia, após a chuva de
meteoritos, o trabalho de limpeza teve início na região dos Montes Urais.
Segundo o ministro russo de Situações de Emergência, Vladimir Pushkov, cerca de
20 mil pessoas estão ajudando em Tcheliabinsk, a maior entre as cidades
atingidas pelos fragmentos.
Em visita à cidade neste sábado,
Pushkov explicou que os ajudantes avaliam os efeitos da onda de choque causada
pelo meteorito, que explodiu em voo, sobre as estruturas dos edifícios. As
autoridades russas informaram que cerca de 3 mil prédios foram danificados e
que, dos 1.200 feridos - cuja maioria foi atingida por vidros estilhaçados pela
explosão -, 40 ainda estavam em tratamento hospitalar.
(Carta Capital)
Fonte: http://www.jornaldaciencia.org.br
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