Fórum Mundial da Água começa com alertas sobre escassez de água doce
O Sexto Fórum Mundial da Água foi inaugurado na manhã desta segunda-feira (12) em Marselha, no sul da França.
O Fórum vai contar com a participação de milhares de delegados que discutirão como encontrar soluções para garantir o acesso à água doce em condições sanitárias decentes para todos no mundo. Sob o lema "É hora de soluções", o Fórum, que reúne durante seis dias chefes de Estado e de governo, ministros e representantes de empresas e da sociedade civil de 140 países, foi inaugurado pelo primeiro-ministro francês François Fillon.
Esta reunião sobre a água, realizada a cada três anos, foi aberta com chamados de advertência das Nações Unidas de que a mudança climática e o crescimento demográfico provocaram um aumento da pressão sobre a água, o que obriga a repensar como satisfazer esta galopante demanda do líquido.
Declarando que "os desafios são imensos e os números são tenazes", o chefe de governo francês lembrou que "o número de seres humanos que não têm acesso à água salubre são contabilizados em bilhões". E "o número de mortos a cada ano devido aos riscos sanitários é contado em milhões", acrescentou Fillon. "Esta situação não é aceitável", declarou o primeiro-ministro, que é também titular do ministério de Ecologia da França.
Diferentemente dos Fóruns sobre a água anteriores, o de Marselha promete "soluções concretas" para garantir uma distribuição equitativa da água, cujo direito foi reconhecido pelas Nações Unidas em 2010. A reunião deverá ser concluída com propostas sobre como aliviar a crescente pressão sobre este valioso recurso e como repartir melhor a água potável, já que cerca de 800 milhões de pessoas no mundo não têm acesso a ela.
Entre os líderes mundiais que participarão da reunião em Marselha estão Mohammed VI do Marrocos, o chadiano Idriss Deby e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, além de cerca de 60 ministros. Além de líderes governamentais, chefes de empresas, associações e organizações não governamentais discutirão o tema da água, esperando chamar a atenção internacional sobre a urgência de gerir melhor os recursos hídricos.
Em Marselha também será realizado um Fórum alternativo, que reunirá centenas de organizações não governamentais. Cerca de dois mil representantes da sociedade civil, provenientes da América Latina, Espanha, Alemanha, Europa, África e Estados Unidos participarão do encontro, que tem início na quarta-feira (14).
Como pano de fundo destas duas reuniões está o alarmante estudo da ONU apresentado nesta segunda-feira, que ressalta que as mudanças climáticas, com suas consequentes secas e inundações, estão agravando a situação da água, ao derreter as geleiras e provocar mudanças nos padrões de chuva, o que impacta seriamente nas fontes de água.
(Jornal do Brasil)
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